TAHIANTESU /PEQUISAL

Resumo descritivo

A questão da proteção ao patrimônio da região do Vale do Guaporé é uma preocupação antiga da 8ª. Diretoria Regional. Desde 1981 o problema vem-nos sido apresentado através de diferentes éticas, demonstrando - nos a importância daquela região, tanto em termos dos sítios arqueológicos ali localizados, quanto no que se relaciona ao seu patrimônio natural, cuja relevância consiste na singularidade dos ecossistemas de transição entre a região amazônica e o cerrado. Recentemente, a questão foi-nos reapresentada, colocando-se agora o problema da proteção do universo cultural dos povos indígenas daquela área. Através do gabinete da Secretaria de Cultura foi possível concretizar a vinda da Dra. Niéde e da Dra.Anne Marie Pessis, também pesquisadora e fotografa especializada. Ambas vieram a Brasília e deslocaram-se á região sem qualquer ônus para o Pró- Memória, que não a despesa relativa á passagens, diárias e filmes. A expedição partiu de Brasília no dia 05 de Agosto de 1981, com destino as terras Nhambiquaras. Foram prospectados quatro dos inúmeros sítios que apresentam gravuras rupestres, tanto dentro quanto fora das reservas indígenas, além de abundante material arqueológico. Durante 10 dias foram realizado trabalho de vistoria, recadastramento e prospecções. Foram prospectados 15 sítios sendo quatro oficinas líticas, sete cavernas com petróglitos e/ ou cerâmica, três paredões com petrágrifos e um sítio cerâmico a céu aberto. Foi também constatado e acelerado o ritmo de destruição antrópica que vem incidindo sobre os sítios cadastrados pelo Dr.Eurico Miller, há 14 anos e pela Dra. Niéde Guidon, há 08 anos. desse trabalho resultou o documento : processo de preservação Nhambiquara proposta para Tombamento, aqui apresentado. Tahiantesu ou aldeia dos espíritos é o nome que os Uaçuçu dão a um complexo de matas, cachoeiras e cavernas localizadas nas vertentes da Chapada dos Parecis até o Vale do Guaporé. A região é constituída por diversos ecossistemas, incluindo cerradas, matas justafluviais e de transição para a floresta amazônica, obrigando espécies animais e vegetais em processo de extinção.